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sábado, 6 de junho de 2015

Então, foi giro? Foi giro, sim senhor! (Encontro com Bloguers na FLL)


Esta quarta feira, dia 3, foi dia de Encontro com Bloguers, excelente ideia da Marcador (obrigada!) para a passagem de alguns dos seus autores pela Feira do Livro de Lisboa. É diferente da assinatura de autógrafos, embora também tenha havido lugar para ela - e não só d' O Cavalheiro Inglês, que motivou o encontro e a conversa, mas também do Alma Rebelde, que foi espreitando aqui e ali e surgindo naturalmente na conversa. De certa forma, este modelo de presença na Feira é mais interessante, sobretudo para um autor que não gera filas e filas de leitores à espera do seu rabisco. Falei sobre um livro de que tanto gosto e, neste caso, melhor ainda, conheci finalmente as donas de uma série de rostos que já me eram mais ou menos familiares na blogosfera e facebook.


Foi preciso ir buscar algumas cadeiras para juntar às iniciais, no espaço que a Presença reservou para estes pequenos eventos, para que pudessemos sentar-nos todas e conversar com conforto. E estivemos bem, depois dos cumprimentos e apresentações iniciais - um agradecimento à Fernanda, das Leituras da Fernanda, que fez o que eu devia ter feito, e deu início à ronda de apresentações. Tenho receio de esquecer-me de algum nome, porque eramos várias e quero agradecer a todas! Vamos ver: Sofia Ramos, Cláudia Pacheco, Cristina(s) Delgado, Ivonne Zuzarte, Joana Gonzalez, Daniela RC, Rita Monteiro e Vanessa Baptista. Se me esqueci de alguém ou não consigo identificar, deixem mensagem, que acrescento! Passaram também por lá outras jovens, de raspão, para assinar o livro. A minha gratidão. 

Um pouco de conversa solta sobre os nossos blogues e "entramos" por 1892 adentro, para falar sobre o livro. As leitoras / bloguers queriam saber muitas coisas: o que me inspirou, como é a pesquisa e se visito os locais que descrevo, sobre as personagens, sobre os meus ritmos de escrita, sobre "manias"... Confessei-lhes que:

  • o livro começou com uma visita a Monserrate e às caves do palacete (foi a primeira cena que escrevi e depois reescrevi), e que, porque nunca cumpro os planos iníciais, também me desviei muito neste livro. Que não havia um cavalheiro inglês no início e o crime era diferente. J

  • que, não sendo historiadora, tenho sempre que situar-me, mas as pinceladas gerais da História são relativamente conhecidas e de fácil pesquisa; para o resto, recorro a livros, mas muito à Internet, sem a qual o meu tempo disponível jamais seria suficiente para descobrir os detalhes da época. Procuro confirmá-los, tendo muito cuidado com a origem do documento em que os "levanto". mas corro o risco de cometer algum erro, como corremos todos. Não é fácil descobrir certos pequenos elementos... Lugares, figuras, situações relativas à História também são reais (por exemplo, a bomba anarquista no palacete, quase no final), mas há uma inevitável ficcionalização. 
  • que em geral conheço os lugares que descrevo (confesso que não fui a Pêro da Moça...), mas há uma pesquisa e um esforço de imaginação feito sobre eles que quase invalida esse conhecimento, porque preciso de recuar os anos necessários e atribuir-lhes as características da época, os cheiros, a movimentação, os sons...

  • que não tenho um ritmo de escrita e pequenas "manias" ainda menos, a não ser que preferir escrever no café (como agora) conte como mania. Escrevo quando posso, mas tenho uma franca preferência pelas manhãs, que é quando estou fresca. E o que me irrita começar e ter de parar para ir trabalhar, quando vou finalmente lançada? E confessei que não me importo nada de rever, o que em geral implica reescrever muita coisa!
  • que as personagens ganham muitas vezes uma "vida" própria e acabam por ter um protagonismo que por vezes não previra, porque me parece inevitável que assim seja. Aconteceu com o Sebastião, por exemplo, que eu adoro e, como notou a Fernanda, até é quem traz mais a História para a história. 


Falamos de outras coisas, como das histórias que estou agora a escrever, O Ano da Dançarina, em 1918, e O Coração Quente da Terra, entre 1960 e a actualidade. Ambos os nomes são provavelmente provisórios, nenhum está muito adiantado e nenhum tem publicação garantida. Também falei do fantástico, com o qual comecei e que me deu muita prática, mas que provavelmente nunca será publicado.

Ficou ainda uma "sugestão" muito interessante, a de escrever contos ou pequenas novelas que narrem as histórias de outras personagens do Cavalheiros: Sebastião e Ludovina, Amélia, Betsy e Maria Francisca, por exemplo. 

A conversa foi sempre fluindo de forma muito agradável, não só sobre o livro mas sobre outras coisas mais mundanas - algumas de nós somos praticamente vizinhas! - e, quando demos conta, tinha passado uma eternidade... um bocadinho mais e caía a noite! 

Ficam os meus agradecimentos à Marcador e a todas as meninas que estiveram presentes e me proporcionaram estes momentos tão bons. 







2 comentários:

Carla disse...

Olá Carla
Já li o teu livro Alma Rebelde se quiseres passar no blogue para colocar algo está à vontade, será um prazer para mim.
Tenho o Cavalheiro Inglês para ler e gostava de saber se este para ti é também um romance de época?
Beijinhos e boas leituras.

Tita disse...

Olá Carla!
Tive pena de não poder ir pois adorei os teus livros =(
Mas espero que haja uma nova oportunidade, pelo menos FLL 2016 e quem sabe a um fds e a uma hora mais simpática ;)
Ahhh se houver um novo livro, melhor ainda ;)
Beijinhos