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segunda-feira, 6 de abril de 2015

The Man from Earth - e se...?

Nunca tinha ouvido falar deste filme de 2007. Não sei sequer se esteve nas salas de cinema, mas passou esta noite na minha sala e ainda bem.


The Man from Earth (2007) PosterComecemos pela sinopse, traduzida às três pancadas por mim:

Uma festa de despedida improvisada para o Professor John Oldman tranforma-se num misterioso interrogatório, quando o professor revela aos colegas que não envelhece e está na Terra há 14.000 anos.

E é só... só isso.
Meia dúzia de Professores e especialistas em diferentes áreas (Antroplogia, Biologia, Religião, Psicologia) reuninem-se numa cabana na montanha para despedir-se do jovem colega e amigo John Oldman, que parte sem razão aparente. Insistem em conhecer os motivos e segue-se a natural perplexidade, curiosidade, incredulidade e até ira perante as suas revelações: o professor confessa que se muda a cada 10 anos, para que não vejam que não envelhece, porque é uma acaso da biologia e não envelhece - ele é, na verdade, um Cro-Magnon. 

Como numa peça de teatro, o filme constrói-se num só espaço, num período de tempo curtíssimo, com toda a sua estrutura assente nos diálogos entre as personagens, de cariz essencialmente filosófico: fala-se um pouco de verdade e mentira, de História, de Biologia, de sobrevivência, do Universo, do ser humano, de Religião...  e o filme voa. Vamos de questão em questão, de mistério em mistério, de dúvida em dúvida e de esclarecimento em esclarecimento quase sem dar por isso, porque, mesmo com toda a informação e a complexidade da contra-informação, da crença e descrença, não é possível não ficar fascinado.  É um filme sobre o qual não posso dizer quase nada - ou terei que dizer muito, dissecá-lo até ao âmago nas suas variadas implicações. Apetece-me, se me apetece, mas para isso teria que vê-lo de novo e, como uma boa estudante, tirar notas. Não sei se é um grande filme, há uma ou outro momento forçado (o fim, por exemplo), mas de certa forma, isso reforçou a minha impressão de assistir à filmagem de uma peça de teatro. Foi, todavia, uma bela surpresa. 

Resta acrescentar que vamos acompanhando o filme com a suspeita de que vamos ficar sem saber se o jovem Professor está louco, a pregar uma partida ou se é de facto um homem das cavernas. Não ficamos, mas podiamos ficar. Faria sentido, dentro da lógica do enredo (enredo?). Afinal, que sabemos nós, se não que tudo é possível e muito pouco é comprovável?

Uma  nota de espanto: é o mesmo realizador de Abraham Lincoln vs Zombies... a sério?!

Para a ficha técnica, o IMDB, e fica o trailer:

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