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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

abre os olhos

abre os olhos ao fio de sangue
à racha no muro à falha no chão
antes do abismo da queda da golfada
abre a palma sobre a imensa falha
levanta com as unhas o que ainda sobra
com os dentes morde o coração
arranca a raíz o caule e a folha
da erva daninha que grassa na alma
do medo da fome do peso do nada
abre os olhos encontra o espaço vazio
onde cabe ainda uma luz um sopro
lembra a palavra retém a imagem
sustém o folêgo não digas nada









1 comentário:

Marisa Luna disse...

Maravilhoso... como sempre!!!
Boa semana