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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Cordilheira

Ergo a cabeça ao topo
da cordilheira
as neves a coram-me a pele
como coisa viva
o ar trava-me nos pulmões
rarefeito
a pureza dos lugares inacessíveis

diria que vejo o mundo inteiro
mas não vejo

só o topo da montanha seguinte
e da outra
curioso reflexo
o estender do branco
e do azul do céu
lençois neutros para este sono
de sobe e desce

é aqui que fico então
na longa solidão do espaço
liberdade inagualável
do vazio






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