O poema é imundo e grosso
Monstro de qualquer hora
Monstro de cada canto.
É grosso, fala alto e cansa.
O poema é duro e áspero
Lixa na pele fina, faz sangue
É duro e rompe-te a alma
E desfaz-te sem pudor o peito
Mas mais ainda é bicho cínico
Deita-se contigo na cama
Invade-te e finge que te ama
Invade-te e finge que te ama
Lambe-te a boca teu amante
Adormece-te em abraço traidor
No sono morde-te o fígado
Sangra-te, devora-te, esquece-te
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