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segunda-feira, 28 de abril de 2014

frio espanto

Percorro devagar a via
de olhos dispersos no nada
com passos meus
nesta piazza,
adivinho os pés de outrora
e o movimento de fantasmas
em paredes ocre
e verde hera.
Ao fundo suspeito novo encanto
o trabalho de mãos hábeis
génio de mestre
E lá está
em rendilhados
a beleza
Desponta um entusiasmo
muito meu,
devassa-me um desejo
de partilha.
Há palavras que nascem
debaixo da língua
calculam o beijo em cada letra
calam-se
Tudo é belo
eu sou pequena
e morre-me na boca a palavra
seca na raíz o gesto
imaginado
estou gelada
e perdida na cidade
e em mim