despede-se Heitor
em abraço geométrico de amantes
encerra Andromaca o marido
elmo flamejante
heroi de Troia
em ausência de braços
em corpo parcelar
Heitor e Andromaca, de Chirico, 1917 |
incompleto o amplexo
comovente
final
paredes de terra lisa
escondem
o tropel da guerra
o destino negro adivinhado
em tons ocre
no estender das sombras
no amanhecer
o dia será violento
e amanhã
Aquiles arrastará
pelos muros o manequim
sacudirá o balão branco
da cabeça
embaterá na pedra não importa
já estará morto o amante
é Andromaca escrava
e desmontada a geometria
violenta do quadro
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