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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Cinza

Está hoje um dia de cinza fina
desses de sombras recortadas nos vãos das escadas
de casas quadradas simétricas na palidez
todas as árvores se parecem braços desgarrados
todas as praças são silentes vazias
gente se há vai fundida na pedra da calçada
cada gesto a mesma lentidão despida
a fugir de perturbar a lisa superfície
da imobilidade nem o ar respira  


1 comentário:

Olinda Gil disse...

Posso dizer que a cinza se entranhou nos poros feita humidade?