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sexta-feira, 25 de abril de 2014

25

É manhã clara, é manhã clara,
há hoje sol no meu país
ele abre os braços sacode os punhos
quebra a corrente, quebrou a vara
nas pernas curtas do carcereiro
Chegam os homens e de espingarda
mas no ar sobe uma canção
morena a vila que é portuguesa
e na cidade a flor vermelha
faz manhã clara, faz manhã quente
depois do tempo das bocas mudas
sobre as palavras da indignação
a voz na cela atravessa as grades
a voz nas ruas já se levanta
e nas vielas e nessa praça
faz-se do medo a força bruta
e do segredo a liberdade
na ponta limpa de uma arma
num cravo doce nesta cidade





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