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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

um raio de sol

Amor antigo em 100 palavras. Outro drabble. 


Tinha todas as cartas de amor numa gaveta, atadas com corda velha, um raminho de flores secas a perfumá-las e manter longe as traças. As traças tinham-lhe roído a memória e quase não sobrava nada desse homem que um dia amara. Lia nas palavras que se tinham amado num Verão quando era jovem e que tinham sido felizes. Ou quase. Tinham tido uma promessa de felicidade, diziam as cartas. Não sabia como se apagara, mas o nome nas cartas não era o nome na aliança. Dava graças por ainda poder ler. Cada carta trazia um raio do sol desse Verão. 

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