pelo frio marmóreo do inverno eterno
rainha das sombras tantos dias
O Rapto de Proserpina, Bernini, 1621-22 (galeria Borghese, Roma) |
os dedos de amante na carne doce
chamam o olhar só depois se vê
a expressão no rosto o horror o deleite
Perséfone bela nas mãos das trevas
gesto de amor e morte de perfeito desespero.
gesto de amor e morte de perfeito desespero.
Esquecido o narciso que colhia na terra fresca
esqueceu-o o moldador das mãos do deus
de dedos másculos em sensual aperto.
de dedos másculos em sensual aperto.
Na surpresa do assalto ela resiste
estende o braço recusa o rosto
finge a dor que decerto não sente
estende o braço recusa o rosto
finge a dor que decerto não sente
rendida já ao coração que a vai trair.
Hades rei de sombras em amor a leva
ambos pedra ambos belos já perdidos
na rebelião dos gestos parados
movimento que se congelou no tempo
paixão em meio tempo terra inferno
a gerar frios de inverno ardores de verão
outros de sempre que se pressentem na mudez
da pedra fria esculpida por mão quente.
ambos pedra ambos belos já perdidos
na rebelião dos gestos parados
movimento que se congelou no tempo
paixão em meio tempo terra inferno
a gerar frios de inverno ardores de verão
outros de sempre que se pressentem na mudez
da pedra fria esculpida por mão quente.
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