Vou matar uma personagem

Custa-me sempre horrores matar uma personagem simpática. Nem é preciso ser uma das principais, de que se gosta mais ou mais positiva, basta que faça parte do conjunto de "amigos" que vamos fazendo enquanto escrevemos um livro.

De vez em quando, porém, é preciso. Porque faz sentido que morra, porque é o fim lógico da trama, ou porque essa surpresa (desagradável) é positiva para o desenvolver da nossa história, ou , simplesmente, porque não faz sentido que todos sobrevivam,  em certa situação. Tranco os maxilares bem trancados, e escrevo o tiro, facada, queda ou qualquer outro processo que conduza ao fim da personagem. A seguir faço luto, com as outras, se houver tempo. 

No Mão, disse adeus a um favorito e outro importante. No Ciclo (a minha história de vampiros que há de ficar quietinha onde está) também vou ter que matar um dos principais, de que gosto mais ainda e está presente quase sempre. No Alma Rebelde, quase matei o Santiago, e depois quase matei a Joana, a protagonista - não morreu a pedido de várias familias. No Chama ao Vento (o tal que há de ter outro nome)... nesse não conto se alguém morre, para além da que está morta logo no início. 

N'O Olhar da Besta, que estou a rever, morrem vários, mas não estou satisfeita. Não faz sentido que, nas circunstâncias, só um dos que têm nome e rosto perca a vida. Por isso hoje decreto que outro vai morrer. Quem? Tenho uma ideia que me está a torcer as entranhas e sorrir ao mesmo tempo. Para executá-la, vou começar já, onde estou na revisão, a dar ao jovem mais lugar na história. E depois acabo com ele.