todas me foram roubadas uma a uma
letra a letra intervalo a intervalo
por ladrão de insidiosa alma
silencioso nas dobras da noite escura
ladrão de voz de sentidos de motivos
de farpas e veludos dos nós do tempo
partiu com as palavras que eram minhas
baralhadas em passos que tropeçam
tantas tão pesadas as palavras que leva
vejo uma que perdeu na sua fuga
fica-se quieta sem cor amarfanhada
estranha mudez me ficou tão lânguida
tão grata e assustada e tão fugaz
mudez quente de vazio e força
mudez de sementes banhadas pelo sol
que fazer que fazer com a espera
novas palavras lentamente nascem
1 comentário:
Gostei e, por muito parvo que pareça, revi-me :)
Enviar um comentário