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sábado, 7 de setembro de 2013

Inverno de Sombras . L.C. Lavado

Tinha lido há já algum tempo outro texto desta autora, Inverso, e, na altura, achei que tinha conceitos muito interessantes, mas se centrava muito em amores adolescentes (na primeira parte, a segunda era muito mais gira), e que o português precisava de ser muito bem revisto.

Inverno de Sombras foi publicado pela Marcador e tem recebido opiniões muito favoráveis no Goodreads, pelo que decidi que era hora de reler a Liliana e ver que tal era esta sua história. Fiz bem. 

Esta não é bem a forma como queria escrever a opinião, porque não estou no meu melhor, mas já terminei a leitura há vários dias, e não quero adiar mais. Farei o que puder.

Trata-se de um texto bem pensado, com uma história sólida e muito interessante de magia, amor e desamor paternal e maternal, sacrifício, paixão, amizade, ambição, proteção e todas essas componentes que fazem um livro bom de ler. Há um pouco de História, muita Lisboa, há fantasia, claro, violência q.b., algum sexo, que também faz parte, momentos de ternura e algumas reviravoltas e twists nos momentos adequados. Não me apanharam desprevenida, mas isso também não acontece há bastante tempo, com livro nenhum, nem lhe tira mérito. Não acho que um livro precise de me surpreender a cada duas páginas para ser bom. 

O ritmo é excelente, leem-se páginas sem se dar conta, e os diálogos e interacções, que no início tendiam um pouco para a tal imaturidade que me afastou do primeiro livro, foram ficando melhores. Gostei principalmente da história a partir do momento em que Isadora e Danton interagem directamente, embora me pareça que, ainda assim, a "história" entre eles acabe por ser um pouco rápida. Não tem mal, é giro na mesma. As personagens têm personalidades próprias e coerentes, e são em geral apelativas. Andrea foi uma revelação, uma vez que não gostei dela no início, por me parecer mimada e metediça. Gostei dela no fim, e da sua "relação" com Danton. Este é, claro, a personagem chave e a mais atraente, antes e depois de estar... completo. A reviravolta nos seus sentimentos era inevitável, claro, mas achei-a um pouco fácil, e não gostei da ideia de serem anteriores ao início real da história. Quem ler, entenderá o que digo. Isso, porém, não tira nada ao prazer da leitura, que só demorou por não ter estado em condições físicas para coisa nenhuma durante algum tempo.

O que, do meu ponto de vista, rouba um pouco à leitura (um pouco, apenas uma estrela no GR) e que eu acho que a Liliana pode trabalhar com o seu /sua editor(a)... que aliás o editor devia ter feito, é alguma correção no português. O texto é escorreito, a nível da construção geral, diálogos, etc, mas faltam-lhe muitas vírgulas, cuja ausência torna algumas frases estranhas, e há por vezes frases com sequências desnecessariamente enviusadas, que acabam por não soar naturais. Less is more, neste caso. O livro é enorme, não vou dar exemplos, nem deixei de lê-lo com prazer por causa disso, mas confesso que de vez em quando lá me saltava a caneta interna. Creio que, por ser uma coisa que a  autora pode trabalhar facilmente, devo apontá-lo.

Uma palavra para a capa e título, que são muito giros. Em conclusão, parabéns, Liliana, um bom livro, sim senhora! 

Vou, sem dúvida, ler o seguimento desta história (Fantasmas de Pedra?) e, se a Liliana quiser, até me ofereço para fazer beta do livro. Sou uma nazi do Português, por isso não sei se é boa proposta, mas cá fica! 

1 comentário:

Morrighan disse...

Tenho de ler este livro! A culpa é minha de ainda não ter pegado nele, ando sempre a adiar um monte de coisas devido ao trabalho. Enfim.

Obrigada pela tua opinião, Carla.

Beijinho