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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O Resgate do Tigre - Colleen Houck

Este livro foi lido com o apoio da Porto Editora.

Quis ler este livro porque gostei do primeiro - dentro do género a que se propunha - e a história não estava concluída. Já sabia que não o ficaria neste volume. A PE foi generosa e cedeu-o ao blogue, pelo que deveria tê-lo lido até mais depressa. Muita distração e falta de vontade de carregar o volume para férias atrasaram a leitura, mas agora já está.

Este conjunto de livros pressupõe uma aventura do tipo Indiana Jones, com muito exotismo e magia, perigos, etc. Nesse capítulo, devo dizer que cumpre de forma excelente, encadeando os acontecimentos a tal velocidade que é como se estivessemos realmente dentro de um filme. Já era assim no primeiro livro e, , neste volume, a partir do momento em que a acção arranca, é vertiginosa, cheia de situações arriscadas, por lugares exóticos, reais e e imaginados, e criaturas maravilhosas. Voltamos à India, vamos ao Tibete, para tentar falar com o Dalai Lama, e depois a mágica Shangri-la. Conhecemos várias lendas - e são tantas, que não sei se têm muitas origens misturadas, ou todas a mesma, mas não faz muito mal. É animado e divertido e lê-se bem. 

Isto para começar com aquilo de que gostei verdadeiramente: é movimentado e cinematográfico, tanto que quando damos conta já se foram 20 páginas. Não está de todo mal escrito, e é plausível dentro dos seus preceitos, o mundo criado justifica-se a si próprio. Em fantasia, é o que pede. Os rapazes-tigres são interessantes, a mitologia toda também. 

Então porque é que gostei menos deste livro do que do anterior?

Vamos por partes.

1. A personagem principal, Kelsey. Gostava de perceber mais vezes os seus sentimentos. Refere-os, às vezes, e quando, para o fim, se centra neles, a coisa melhora muito. Na maior parte do livro, porém, parece-me superficial. Talvez se explique pelo publico a que se dirige, mas eu queria mais - mais hesitação, mais terror, porque as coisas que faz são terríveis, um pouco mais de culpa, sei lá. Afinal, o texto é na primeira pessoa, ideal para isto.
2. Triângulo. Muito, muito ao género daquilo que já vimos antes: rapariga mais ou menos comum, com duas criaturas extraordinárias apaixonadas por ela. No início, havia um triangulo com um rapaz normal, depois veio o irmão do protagonista. E o que acontece? O protagonista desaparece, e fica o irmão a consolá-la, acompanhá-la, melhor amigo e, de certa forma, até melhor para ela. E ela até gosta assim um bocadinho dele, mas tem, diz mesmo, um buraco no peito. Onde é que já ouvimos isto?? A primeira parte é muito romance teen, dispensava metade daquilo. E nunca gostei de triângulos. 
3. O puritanismo. Isto também não é novo, e é muito americano. Sim, há muitos beijos, há um toque de sensualidade (e não obrigatoriamente com o protagonista, eheheh) mas houve um momento "quero guardar-me para o casamento" que deu cabo de mim. Eu sei que muitos jovens o fazem, mas, no desenvolvimento da história, pareceu-me muito pouco natural.
4.  Não acaba. Já sabia disto à partida, portanto nem conta como ponto negativo. Eu é que começo a embirrar com três, quatro, cinco livros para levar uma história a bom termo. Gostaria que, ao menos, o fim fosse suficientemente satisfatório para poder parar, se quisesse, com um suspiro de contentamento. 

No conjunto, é uma leitura dinâmica e que entretém bastante, muito gira como aventura, mas à qual, para mim, falta qualquer coisa. A autora inventou uma "lenda" maravilhosa, este irmãos amaldiçoados, e criou uma aventura engenhosa para "salvá-los", mas, por incrível que pareça, para mim falta uma certa intensidade, não nos acontecimentos, mas nas personagens, sobretudo no seu sofrimento. 

Posto isto, estou a pensar em sortear os dois livros que tenho - um comprado por mim, outro oferecido pela PE. Que tal a ideia? Em conjunto, ou separados? 

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