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domingo, 28 de abril de 2013

Scarlet - Marissa Meyer

No primeiro volume desta série, Cinder, encontrei muitas das coisas que aprecio - a adaptação em modo SCF de um conto de fadas de que nem gosto particularmente (Cinderela, claro), uma escrita simples e dinâmica, personagens que se podem amar e odiar, como compete neste tipo de história - e coisas de que não gostei... essencialmente o facto de ser uma série em que, até ao último volume, o destino da protagonista está em suspenso, e terminar num cliffhanger. Detesto-os, mas reconheço que resultam, se o resto do livro nos interessar. Cinco minutos depois estava na Amazom.com, a comprar e descarregar Scartlet. Por opção não o li logo, tinha até intenção de guardá-lo para mais perto da data de lançamento do próximo livro. Once bitten, twice shy, estava mesmo a ver que este também ia deixar-me em pulgas, e queria diminuir a espera. Mas um dia destes estava na rua, sem nada iniciado no kindle... Não resisti, não é só a carne que é fraca.
 
 
E o que encontrei? Uma versão fresca da história absurda do Capuchinho Vermelho, que em Scarlet é tanto um hoodie vermelho como uma cabeleira ruiva, e é também o nome da dona de ambos. Entramos na história já a avó desapareceu, mas os "caçadores" (leia-se as autoridades) nada fazem. Diga-se que esta é uma avó cheia de segredos. Em cena entra um jovem perigoso e jeitoso chamado  Wolf, também ele com segredos, e a sua alcateia... se lhe podemos chamar isso. Scarlet não quer senão encontrar a avó, mas reentram Levana, the evil Lunar Queen, e os seus algozes, Cinder com o seu androide convertido em nave, e um sidequick interessante chamado Thorne, o jovem imperador Kai, sentimentos que não de viam ter aqui lugar mas têm, claro, e já estavamos à espera deles, e um princípio de guerra.
 
Claro que nada será simples, nem deve ser, a não ser a escrita, cuja naturalidade funciona muito bem aqui. Há muita acção, diálogos engraçados, sentimentos de confusão e perda que são naturais, um ritmo excelente, bons avanços na história geral e algumas explicações sobre a ciência por trás de Cinder e de outros personagens, e o livro lê-se a correr. Adora-se umas personagens, detesta-se outras. Detesta-se mesmo, visceralmente, como se deve detestar o Mal nos contos de fadas. Se demorei, a culpa não foi do livro, mas do meu cansaço. 
 
Claro que a história não termina aqui (grrrrr...), mas este livro oferece um pouco mais de closure, porque, embora se prometa a presença de todas as personagens no próximo livro... YEY, elas voltam! Adorei a Scarlet e o Wolf. Lamento se há aqui um pouquinho de spoiler, mas não é nada que, mesmo com todas as surpresas, que as há, não se vá prevendo ao longo do livro! Mas retomando. Mesmo com as personagens a prosseguir, pelo menos há uma espécie de fim.
 
Senti falta, nesta história, de um pouco mais de sensualidade, tendo em conta a ruiva e o lobo, mas suponho que, dado o intervalo temporal - uma semana, talvez -  o ritmo dos acontecimentos e talvez o pr+oprio tom e intenção da história, não fizesse muito sentido. Há algum romance, e pelo menos não é como em tantos filmes de perseguição, em que os protagonistas, conhecendo-se há 24h e com os terroristas nas canelas, lá arranjam tempo e modo para uma rapidinha. Enfim. Assim é melhor.
 
Resta-me aguardar pelo terceiro livro (Cress) com a Rapunzel no Sahara, que é para 2014 e pelo quarto (Winter) que, suspeito, vai demorar e envolverá uma jovem pálida com um gangue de sete malfeitores de bom coração e, quem sabe, o princípe de outra nação da Terra. Uma coisa já sei: vai ter lugar na lua. De resto, veremos se tenho razão.

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