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segunda-feira, 15 de abril de 2013

O Rapto de Proserpina

É uma das minhas estátuas favoritas, O Rapto de Proserpina (a Perséfone grega) de Gian Lorenzo Bernini (1598 - 1680), que pode ver-se na Galleria Borghese, em Roma. Espero admirá-la ao vivo um dia, mas por ora fico-me pela contemplação das imagens, da tremenda expressão no rosto de Proserpina, do pormenor sensual dos dedos de Plutão enterrando-se na sua coxa. Apeteceu-me muito, muito, partilhá-la aqui.  Um dia destes, trago Laocoonte e os seus filhos, muito mais antiga, igualmente magnífica.
 
O MITO DE PROSERPINA

Prosérpina era filha de Ceres, a deusa dos campos e protectora das colheitas. Um dia, quando a jovem colhia flores com as suas companheiras, sentiu-se atraída pela beleza da flor do narciso. Afastou-se para a colher; mas, antes de lhe poder tocar, uma fenda abriu-se na terra, saindo dela um carro puxado por cavalos negros.
 
Quem o conduzia era Plutão, deus dos Infernos, que, apaixonado por Prosérpina, a raptou, aproveitando a ausência de Ceres. Quando desta voltou, ao aperceber-se da ausência da filha, procurou-a por toda a parte. Não a encontrando, refugiou-se na sua tristeza, transformando num deserto estéril e gelado prados outrora fecundos e verdejantes.
 
Algum tempo depois, perante a ameaça que tal situação representava para os mortais, Júpiter, rei dos deuses, resolveu interceder junto de seu irmão, rei dos Infernos, enviando até ele Mercúrio. No entanto, a jovem, tentada por Plutão, enquanto se encontrava no Mundo Subterrâneo, tinha ingerido sementes de romã, quebrando o jejum, pelo que não podia dissociar-se daquele lugar.
 
Para amenizar o sofrimento de Ceres, Júpiter estabeleceu que Prosérpina repartiria o seu tempo entre os Infernos e a Terra: metade do ano, passá-lo-ia com o marido; a outra, na companhia da mãe.
 
Assim, enquanto ela está na terra, os campos tornam-se férteis, os prados florescem e as árvores enchem-se de frutos. Quando desce ao mundo dos mortos, a terra cobre-se de luto e a vida parece cair em torpor, Quando regressa à superfície, tudo se renova. É o eterno ciclo da Primavera em oposição ao Inverno, simbolizando, deste modo, a constante regeneração da natureza, o que comummente designamos por quatro estações, tão bem representadas não apenas no universo da arte pictórica, como também no mundo da música.

texto em: http://www.prof2000.pt/users/Secjeste/DLRC/2009/proserpina.htm

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