É isso, vi-o ontem cá em casa, e achei-o verdadeiramente bonito.
Em primeiro lugar, gostei da forma como o filme é apresentado sob a forma de narração. Um escritor desinspirado procura uma história maravilhosa, e alguém lhe prometeu que Pi lhe cointaria uma que o faria acreditar em Deus. Pi narra-lhe a sua história, desde a forma curiosa como foi nomeado - Pi vem de Piscine (piscina). A personagem é um tanto filosófica, sim senhora, reflecte sobre vida e morte e religião (religiões), mas é também irónico e tem uma forma doce de ver o mundo. Fez-me sorrir muitas vezes, e é comovente.
Esta narração desenha uma linha muito ténue entre realidade e ficção que me agrada sempre muito. A realidade existe? Ou na verdade, toda a realidade é uma forma de ficção a partir do momento em que a transformamos em história? Parece deixar tudo em aberto, porque Pi fez a escolha da sua própria história, mas dá-nos uma alternativa, outra história, contada às pressas mesmo no final. deixa-nos fazer a nossa escolha. A minha filha perguntou-me muitas vezes "Mas afinal qual das histórias é verdadeira?" "A que quiseres.", respondi eu. Uma história é mais imaginativa, menos plausível. A outra é mais provável, mas não é a que Pi "escolhe" ter vivido.
O filme tem, sobretudo, uma imagem magnífica, que teria merecido uma ida ao cinema. É pena, não fui. Mas pelo menos vi-o agora.
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