Está de volta ao ecrãs de minha casa, desta vez em modo de full rebelion. Depois de ter já visto uns quantos episódios, talvez uns quatro ou cinco, já posso afirmar que permanece fiel a si mesma, e cada vez mais interdita a menores de... não sei, cada um avalie por si. A minha filha de 13 anos não vê, pelo menos com o meu consentimento.
Gostei muito das épocas anteriores da série, mesmo após a mudança do actor principal depois da primeira season, infelizmente por motivos muitos tristes - morreu de cancro. O novo actor enche muito bem os sapatinhos, e quase já me esqueci de como era o primeiro.
Esta série que narra uma mítica rebelião de escravos romanos, liderada por um grupo de ex-gladiadores, é visualmente um misto de 300 com Tarantino, o que faz tanto da violência como do sexo espectáculos belíssimos. Claro que também é uma violência horrenda, que não poupa nada, gente trespassada, decepada, decapitada, com os interiores à mostra e muito sangue a espirrar, escorrer, jorrar, ao modo Tarantino. Mas é bela a forma como está feita, tal como é bela a exibição do sexo - muito, e nem todo straight, o último epísódio que vi presenteou-nos com uma cena de sexo entre homens, mais raro na TV do que entre senhoras.
Os sentimentos são intensos, o ódio, a raiva, o amor. As personagens são nobres e baixas ao mesmo tempo, limpas e sujas, os acontecimentos fazem sentido. Não sei até que ponto retratam factos reais, mas pouco importa. Não é exactamente para aprender História, esta série, é para apreciar a história e principalmente a imagem. E fazer yuck, de vez em quanto, e argh, e toda a restante plétora de sons impressionados.
Uma nota para o texto. Como professora de Inglês acho curiosíssima a forma como falam, suprimindo todos os artigos, por exemplo, e invertendo por vezes a ordem das palavras, e em termos quase poéticos. Talvez seja poética também a violência. O discurso dá um impressão de palco e de sermos carregados para outra época. Gosto particularmente disto.
Claro que, no seu conjunto, a série tem uma vibração cartoonish, o que não é um defeito. É uma opção. Para mim, uma bela opção.
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