Rapture- J R Ward

Opinião:

O quarto livro da série Fallen Angels da bem conhecida autora de romance paranormal J R Ward segue a mesma linha dos anteriores, avançando a história da luta entre o Céu e o Inferno pelas almas dos homens na sua globalidade, através de uma espécie de jogo, em que um elemento supostamente neutro (com tanto bem quanto mal) e vários elementos do Bem e do Mal competem por sete almas específicas. Cada um usa as armas que tem para influenciar o homem em questão (notei agora que têm estado sempre homens no centro da competição) na sua decisão quando é colocado perante e"encruzilhada".  No fim the winner takes it all. 

 

As personagens centrais têm, por ora, as suas personalidades e caminhos bem definidos e Ward não se desvia nem se distrai. Tanto Jim Heron, um anjo que deveria reunir em si Bem e Mal, como Adrian (agora sem Eddie), um anjo com um lado muito negro, e Devina, o demónio que "veste" pele humana e sofre de OCD, com direito a visias ao psicologo e contagem compulsiva de batons na mala, se batem fortemente pela vitória. Pelo meio, surge a alma em questão - que neste caso é uma repescagem de uma alma que Devina ganhou no passado, com batota - e um casal. Podemos esperar que, no fim, o casal se entenda, é ponto assente que, independentemente de quão negro esteja o qual e qual o desfecho da luta pela alma, há um final feliz para eles. Neste caso, temos Mels, uma repórter marcada pela perda do pai, um policia, e Mathias, o chefe das XOps, assassino de alma negra, que tendo já estado morto e preso no inferno, recebe uma segunda hipótese, e regressa, com amnésia, cicatrizes e impotência.

 

Não vou comentar os acontecimentos, orque para spoiler basta o que já ofereci - muito e nada. Vou referir que há a dose habitual de violência, crueldade, maldade, assassinatos, e sexo, paixão improvável e repentina, a redenção esperada, tudo na linguagem crua a que JR Ward nos habituou. Conseguimos empatia com as personagens porque estão bem arredondadas. Ah, também há milagre, uma maior dose de fé do que é costume - não é inesperado, tendo em conta a temática - e uma pequena revelação com direito a trocadilho vocabular. Nada de extraordinário, apenas o suficiente para um sorriso. E há um final que me deixou com vontade de estrangular Jim Heron. WTF?!

 

Continuo a considerar que a autora estabelece de forma magistral as relações entre os homens duros dos seus livros - as oposições, a impressão de fraternidade, etc, - e que, em geral, as relações homem/ mulher são as habituais. Não desapontam, claro, as suas mulheres são fortes e não são para brincadeiras, e há, neste livro, a questão da impotência. Mas não chegam perto da forma como trabalha as relações masculinas. Acontece mais ainda com a BlackDagger Brotherhood.

 

Seja como for, os meus tempos com J R Ward estão no fim. Creio que me cansei do estilo e das histórias. Dela, conto ler apenas mais um volume, da série BlackDagger, e apenas porque sigo o casal de vampiros gay há muito tempo.   

 

Sinopse:

Out of the wickedly inventive imagination of #1 New York Times bestselling author J.R. Ward comes a world where sin and salvation collide in a battle for the future of mankind—where a cynical fallen angel struggles against the seven deadly sins and a demon’s lure over seven chosen souls… 

Mels Carmichael, reporter for the Caldwell Courier Journal, gets the shock of her life when a man stumbles in front of her car outside the local cemetery. After the accident, his amnesia is just the kind of mystery she likes to solve, but she soon discovers they’re in over their heads with his past. Over their heads with passion, too... 

As shadows walk the line between reality and another realm, and her lover’s memory begins to come back, the two of them learn that nothing is truly dead and buried. Especially when you’re trapped in a no holds barred war between angels and demons. With a soul on the line, and Mels’s heart at risk, what in Heaven—or in Hell—will it take to save them both?