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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Os (meus) autores deste ano

Muito melhor da constipação (viva o Brufen!) e inspirada pelos inúmeros balanços 'literários' da época, fui consultar a minha lista, à procura de qual teria sido o melhor livro que li este ano. Descobri  que sou incapaz de escolher UM livro. Ou dois, ou três. Li livros que adorei, vários de que gostei, outros tantos de que não gostei tanto. A minha reação aos livros é emotiva, aprecio diferentes livros por diferentes razões, por isso não tenho vergonha de não querer apontar um que esteja acima de todos os outros. Não tenciono lamentar essa incapacidade, apesar de saber que há quem a ache "uma treta". Fico tranquila.
 
Isso não quer dizer que não tenha nada para dizer neste campo. Não quero falar de novos livros que tenha lido, mas falo de autores novos para mim, que esperimentei vários este ano, uns conhecidos, outros não. E aí de uma coisa estou certa: o meu novo autor deste ano é Carlos Ruiz Zafon.
 
Sim, eu sei, não é novo por aí. Mas aqui a ignorante nunca tinha pegado em nada dele (e continuo com coisas dele por ler, felizmente). Mas ataquei, por esta ordem, A Sombra do VentoO Jogo do Anjo e Marina. É mais do que suficiente para saber que vou, provavelmente, gostar de tudo o que me venha parar às mãos que seja dele. Claro que posso morrer pela boca, como o peixe. Prometo uma retratação se detestar alguma coisa que ele escreva. Para já, agrada-me o seu fascínio pelos objectos que são os livros e pelo que de belo e obscuro neles reside, agrada-me que devore e regurgite uma certa atmosfera gótica, misteriosa, trágica que eu imagino para Barcelona (não, ainda não conheço). Agrada-me a forma como trabalha as palavras, emociona-me, mesmo quando a história é mais simples, como Marina. Verti algumas lágrimas no fim deste livro. Com feliz embaraço.

Outra autora que não é nova... que digo? Esta autora já faleceu. É autora nova para mim, porém, e surpreendeu-me. Conhecia e admirava a faceta satírica de Rosa Lobato de Faria, que lhe permitia brincar com o seu aspecto de tia de Cascais quando trabalhava com Herman José.  E sabia que escrevia. Só não sabia que escrevia bem, com um toque de atrevimento e uma piscadela de olho ao fantástico. Dela li, por esta ordem As Esquinas do Tempo, A Flor do Sal e A Trança de Inês. Gostei de todos, talvez mais d'A Flor do Sal. Mas em cada um encontrei uma escrita interessante, sem piedade pelos temas do homem, mas com beleza e sensibilidade. A minha admiração redobrou. Lamento que já não volte a escrever.
 
 
Mais tarde falarei de outros livros de que gostei este ano. E de alguns acontecimentos importantes. E do Alma, claro.

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