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domingo, 25 de novembro de 2012

Mulheres fortes e as outras

  
 
Esta frase partilhou-a Julia Quinn no facebook
(sorry, Julia, or maybe I should say thank you!).
 
Habitualmente, não partilho estas coisas nem publico frases, mas esta suscitou-me alguma reflexão sobre a direção que tomam a maior parte dos romances actuais, de todos os géneros, no sentido do enpowerment (desculpem o uso do inglês, mas a palavra é tão adequada!) da mulher. Há um conjunto de heroínas fortes que partilham o protagonismo com os príncipes das suas histórias, quando não o assumem por inteiro. Mesmo as heroínas mais frágeis, como a minha Joana (a minha ÚNICA heroína frágil), têm alguma medula óssea e dois dedos de testa.
 
É um bom princípio, para um mundo em que as mulheres têm as mesmas responsabilidades do que os homens... Mas o que digo? Muitas vezes têm mais, porque adicionam responsabilidade profissional e as responsabilidades familiares a que, infelizmente, muitos homens ainda se vão escapando, por mau hábito e pouca vontade - meus senhores, acho que está cientificamente provado que não há um gene responsável pela habilidade para estender roupa ou lavar o chão. (e, como digo aos meus alunos, enfia a carapuça quem quiser). Poderia dizer-se que a culpa é nossa, que acabamos por fazê-lo. Algumas de nós fazem-no. Eu faço só o que é essencial para a sobrevivência dos meus filhos, que têm que vestir-se e comer. E o meu marido, no geral, não enfia a carapuça. ;)
 
Posto um fim nas minhas divagações feministas - que pena ainda ser preciso o termo, quando a expressão 'masculistas' não existe... existe? Se calhar existe. A que se referirá?  De regresso aos livros e às heroínas fortes. E fracas. Levamos muitos anos para as mulheres das histórias deixarem de precisar de salvamento e proteção. Até as de encantar já se safam sozinhas e salvam os princípes das árvores e torres e feitiços e something. Ainda agora  li e opinei sobre Ember, valente gata borralheira, e a Sunshine! É do que precisam as novas gerações de homens e mulheres, para se esquecerem de vez que um dia foi diferente.

Gosto das modernas heroínas badass ou das que, ao menos, não deixam os seus homens pisar em ramo verde. Românticas, sim, se for o caso, até podem suspirar e tremer e dúvidar e o que for, e deixar-se seduzir. Mas que tenham espírito e inteligência e pensem por si próprias e, quando chega o momento da verdade, sejam capazes de dizer "Ei, espera aí, meu menino!" Que façam pela vida, mesmo que seja em gestos discretos e determinações internas. Enfim. Que tenham coluna vertebral.

E de repente lembro-me do muito que se fala de certo livro cinzento do qual não quero falar aqui, porque não tenciono ler... 
 
 
 
 

2 comentários:

Ivonne Zuzarte disse...

Heroínas com cabeça e coração parece-me bem. Mais com cabeça, claro! Já para não falar na coluna vertebral!

Adorei o texto, Carla :P

E adorei tb a última frase ahahah apesar de concordar com as críticas negativas, acabei por gostar (vá-se lá perceber!)

Madrigal disse...

nos dias que correm para mim já não faz sentido as heroínas que se sentam à espera do dito principe.
Eu sempre gostei das que vão salvar o principe