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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Dos títulos

Depois da aprovação do meu livro pela PE, todo o processo foi longo mas simples. O mais difícil terá sido, provavelmente, encontrar um título com que pudessemos todos viver.
 
Não requereu uma discussão, mas várias propostas diferentes e uma recusa terminante da minha parte de ter as palavras 'amor' ou 'coração' ou qualquer referência directa ao loooovvvveee - devo dizer, em abono da verdade, que a editora não tentou impingir-me nada, esperou com muita calma a s minhas (muitas) propostas, umas mais realistas, market wise, do que outras. 
 
Aquele que encontramos não é perfeito para mim, digo-o com timidez embora fizesse parte de uma das listas de sugestões minhas. Mas Alma Rebelde é um título mais adequado e ajuizado do que, por exemplo, O Céu Nos Dias Claros (é uma frase da introdução),  que era outra proposta. Para mim é mais bonito, mas pouco lógico nesta história.
 
A minha questão, depois disto tudo, é: o que é um bom título?
 
Às vezes, confesso, não lhes ligo. Mas se ligo, atraem-me os que são enigmáticos, irónicos, divertidos, ou sucintos. Simples também servem. Não vou dar exemplos, estou com uma branca, e há muitos.  
 
Mais importante ainda: fujo como o diabo da cruz de livros que têm a palavra "amor" na capa, eu que até gosto - e escrevo - romances. Por exemplo, anda por aí O Grande Amor da Minha Vida, que é capaz de ser giro. Não vou lê-lo. Também não vou ler O Outro Amor da Vida Dele, que até podia ser sobre... a pesca. Manias. Ainda um dia pago por isso e lá me espetam com um títúlo assim num livro. NÃO, NÃO, e NÃO.
 
E depois há a questão das traduções e do que elas fazem aos títulos. Dou como exemplo um título são simples como The Duke and I (da Julia Quinn) que se transformou em Crónica de Paixões e Caprichos... vá-se lá entender.
 
Por isso, repito: o que vos atrai num título? Ou não lhe ligam?
 
 

2 comentários:

Célia disse...

Obrigada por esta reflexão, Carla. Como leitora (que anda a ler O Grande Amor da Minha Vida) tenho vergonha de sair à rua com ele, confesso. À semelhança da personagem, que cora constantemente, também eu coro quando me dizem «O que é que andas a ler?». Bom, este título sugere-me que houveram outros amores na vida desta Tatiana, o Alexandre foi o 'grande amor'. Veremos... O Cavaleiro de Bronze não era tão melhor?

Bom, quanto ao Alma Rebelde considero que o título está óptimamente de acordo com o conteúdo.

Na apresentação do meu novo livro, a editora disse que gostava dos meus títulos porque introduziam a história preto no branco.

"Demência" porque é esse estado que despoleta a acção.
"O Funeral da Nossa Mãe" porque todo ele é passado durante o funeral da mãe.

Os próximos veremos... ando indecisa com o "1809", precisamente porque o livro flui/converge para esse ano, mas há mais do que isso.

Beijinhos e boa inspiração para títulos! PS - Gosto d'O Cavaleiro Inglês.

Ana C. Nunes disse...

Carla, este é um tema em que penso bastante. Também não gosto particularmente de títulos com palavras como "Amor", "Paixão", "Sedução" e outros que tal. Como a Célia disse, uma pessoa até cora a ler isso em público. :)
Como escritora muitas vezes fico indecisa com os títulos (está a acontecer com o romance em que estou a trabalhar agora) e acho que tem de se pensar bem nele porque pode atrair ou afastar o leitor.

Eu gosto bastante do teu título "Alma Rebelde" mas como ainda não li, não sei até que ponto é ajustado ao livro, no entanto é chamativo. :)