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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Não foi uma senhora, afinal...

 
Poucas horas antes do anúncio do prémio Nobel  da Literatura deste ano, que como agora por todos já sabem, foi para o chinês Mo Yan, a agência Lusa apontava Murakami como o mais forte candidato (provavelmente o mais desapontado), e dizia:

Doris Lessing, muito bom!!
 
Nos 104 prémios Nobel da Literatura já atribuídos, apenas 12 distinguiram mulheres, por isso a imprensa internacional também faz eco de algum favoritismo para a contista canadiana Alice Munro, prémio Man Booker International em 2009, para a poetisa sua conterrânea Anne Carson e para a romancista egípcia Nawal el Saadawi.

No novo milénio três mulheres foram premiadas: Elfriede Jelinek (2004), Doris Lessing (2007) e Herta Muller (2009).

Confesso que esta coisa do Nobel me diz pouco - a apreciação é, como todas, relativa, e eu nem sempre entendo inteiramente os critérios. Mas a MULHER em mim (ligeiramente feminista, pronto) rebela-se contra a desproporção. Apetecia-me que uma destas senhoras, da quais conheço apenas, e pouco, Alice Munro, tivesse sido a escolhida. Eu nunca vou ser - e que grande gargalhada dei para mim própria!!! - mas podia ser uma delas. Podia. Não podia?

Posto isto, devo dizer que nunca li Mo Yan, nem eu nem, se calhar, a maioria dos portugueses. Não li, mas vi. Nos tempos do Quarteto, assisti a um filme chinês maravilhoso que dava pelo nome Milho Vermelho. Não poderia, vinte e quatro anos depois, apontar pormenores, mas ficou-me a ideia de uma história maravilhosa, que envolvia um casamento tradicional, uma longa viagem, um amor parece-me que impossível, e um vinho familiar especial... porque os homens da família urinavam nele (não perguntem). Lembrar-me-ei bem? E lembro-me de sair do cinema, aos dezassete anos, encantada.

E o seu título maravilhoso, Peito Grande, Ancas Largas... terá visitado Portugal antes de escrevê-lo?
 

1 comentário:

Cristina Torrão disse...

Foi o primeiro post que li em que alguém soube dizer algo sobre Mo Yan!
E talvez o Prémio tenha sido dado com justiça...