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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Noutro blogue, há hoje...

uma questão com a qual me tenho debatido muito ultimamente, talvez porque me sinto assoberbada e sufocada com trabalho e responsabilidades.
 
A Alu pergunta "quando deixamos de ser rapazes e raparigas, para passarmos a ser homens e mulheres?" e acrescenta "Quando é que vou acordar e pensar em mim como mulher e não como a menina que sou?" (Baú dos Livros)
 
Respondi-lhe nos comentários:
"Eu tenho 41 anos e às vezes ainda olho para a minha vida e responsabilidades e penso: "Mas isto é mesmo meu? Como é que pode ser meu? Eu não tenho maturidade para isto!" E, no entanto, pareço uma senhora a falar, cumpro tudo o que tenho que cumprir, trabalho com toda a responsabilidade, cuido dos meus como uma senhora crescida que não sei bem se sou. Que por vezes não sou.
Não há uma resposta para a sua pergunta, pois não?"
 
E não há.
 
Às vezes fico velha como o mundo, cansada e farta, sem capacidade para gerir o excesso de coisas com que as nossas vidas se vão preenchendo. Ultimamente, tem sido assim, o desânimo tem-me impedido até de escrever, eu que gosto de fazê-lo quando tenho energia e boa disposição.
 
Outras vezes, a menina cá dentro olha à volta e pensa que tudo isto é demais, enche-se de medo enche-se de medo, convencida de que não é suficientemente forte, suficientemente boa, suficientemente coisa nenhuma. Ultimamente também tem sido assim, a casca com que me envolvo esconde um enjoo de medo permanente, uma vontade de me atirar para o chão e berrar: "Não quero!" E não é a sopa.
 
Em vez disso vou avançando pelos dias. Faço as minhas coisas, chego a horas, não falho (muito) com as minhas obrigações. Esqueço-me de mim, supero a contrariedade. Sou uma senhora crescida, afinal, não tenho tempo nem idade para birras. Quem me aturava?
 
É assim com todos, suponho.

2 comentários:

Cristina Torrão disse...

Quando a menina aí dentro se enche de medo, convencida de que não é suficientemente forte, suficientemente boa, suficientemente coisa nenhuma, tenta consolá-la! Recolhe-te, respira fundo, fecha os olhos, pensa em ti, em criança (podes usar uma fotografia tua antiga, se te der jeito). Estás no meio dessa aflição. E, agora, imagina que tu, a Carla adulta, vais ter com ela e lhe dizes:
Tens medo? Eu estou ao teu lado.
Não te sentes forte, nem boa? Eu ajudo-te.
Ou diz qualquer outra coisa que ela goste de ouvir.
Vais sentir-te melhor, garantido ;)

Alu disse...

Olá Carla!

Muito Obrigada pela visita e pela menção no blog! ^^