Sinopse:
Marina, tal como a obra que consagrou Zafón, é
um romance mágico de memórias, escrito numa prosa ora poética ora irónica,
assente numa mistura de géneros literários (entre o romance de aventuras e os
contos góticos) e onde o passado e o presente se fundem de forma inigualável.
Classificado pela crítica como «macabro e fantástico e simultaneamente
arrebatador», Marina propõe ao leitor uma reflexão continuada sobre os
mistérios da condição humana através do relato alternado de três histórias de
amor e morte. Ambientada na cidade de Barcelona, a história decorre entre
Setembro de 1979 e Maio de 1980 e depois em 1995 quando Óscar, o protagonista,
recorda a força arrebatadora do primeiro amor e as aventuras com Marina,
recupera as anotações do seu diário pessoal e revisita os locais da sua
juventude.
«Marina disse-me uma vez que apenas recordamos o que nunca aconteceu. Passaria uma eternidade antes que compreendesse aquelas palavras. Mas mais vale começar pelo princípio, que neste caso é o fim.»
Opinião:
Quem vai acompanhando o blogue sabe que este é o terceiro romance de Zafon que leio, depois de A Sombra do Vento e O Jogo do Anjo, e já divaguei mais ou menos em pormenor sobre as características góticas (do gótico literário) das histórias. Esta é uma opinião escrita mais a quente, de quem leu e gostou muito.
Diz Zafon na contracapa de Marina que, de todos os livros que publicou desde o seu início como romancista, este é dos seus favoritos. Compreendo porquê.
Este livrinho, com apenas 260 curtíssimas páginas, não tem a maestria narrativa de, por exemplo, A Sombra do Vento, as suas personagens principais são bastante jovens, embora sejam 'old souls', almas antigas, a sua estrutura é um tanto repetitiva, com blocos de histórias (maravilhosos, obscuros flashbacks) narrados pelas personagens que Oscar Drai e Marina vão encontrando, na sua tentativa de desvendar o segredo. E o segredo, se estivermos atentos, é acessível bastante cedo.
Mas as palavras... ah, as palavras! Têm o mesmo efeito encantatório que descubro sempre em Zafon, as suas personagens secundárias são cheias de negros mistérios, e a Barcelona que nos traz vem carregada dos tons obscuros com que Zafon a pinta. Há momentos arrepiantes, talvez um tanto cliché de filme de terror (na estufa, por exemplo) mas que funcionam muito bem. E não pude deixar de pensar, mais do que uma vez, em Frankenstein.
E há uma carga emotiva que marca o fim da história que me deixou com uma lágrima, e isso não acontecia há algum tempo. Não a tinha descoberto assim tão intensa nas suas outras narrativas, muito mais complexas deste autor.
Acima de tudo é Zafon, e eu já me rendi a ele.
1 comentário:
Fico muito feliz por estares a gostar deste autor, um dos meus preferidos.
Zafón embriaga e vicia!
:)
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