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sábado, 8 de setembro de 2012

E o tempo para ler? Para escrever? Para pensar?

Terminada a minha primeira semana de trabalho e definida finalmente a minha situação, descobri que vou ter tempo para comer e ir à casa de banho, espero, e algum para dormir. Hei de arranjar um bocado para estudar com os filhos e garantir que se alimentam. Talvez consiga uns minutos para a leitura, com um olho aberto e um fechado, e tenho que conseguir roubar mais algum para a escrita. Deve ser o Sábado de manhã. O blogue... pois, não sei, veremos. A tese... não vejo como. Se calhar, bye bye doutoramento.
Isto porque, graças às alterações definidas pelo ministério para "esses preguiçosos", os professores, fui contemplada com 9, nove... isso mesmo, NOVE turmas, uma Direção de Turma, e dois apoios. São cerca de 240 alunos, provavelmente mais. 240 alunos para gerir, semanalmente. É um cilindro daqueles de alisar alcatrão. Sempre que haja teste, ficha, composição, qualquer coisa, são 240 para corrigir. Em casa, claro, à noite ou ao fim de semana, porque nas escolas não há salas nem gabinetes onde se possa trabalhar com sossego. Não sou só eu. Os felizardos que têm trabalho estão quase todos assim, sobrecarregados.
 
E isto é bom, atenção! É um balanço MUITO POSITIVO, uma vez que a alternativa era fazer exactamente o mesmo sabe-se lá onde. Por enquanto, não seria o desemprego, mas no futuro sabe-se lá. As regras mudam todos os dias. Assim, estou perto de casa, na "minha" escola do coração, o que vai tornar tudo mais fácil. Ou menos difícil.
 
 

5 comentários:

Cristina Torrão disse...

Realmente, é uma vergonha a maneira como os professores são tratados.
Desejo-te força e que vás encontrando tempo, pelo menos, para as tuas escritas!

Adeselna Davies disse...

Não desistas do Doutoramento :| Por muito difícil que seja acho que preferia deixar a escrita de lado, ao doutoramento. Manda os livros que tens para beta-readers e espera pelo feedback. Entretanto vais escrevendo umas críticas aqui XD

Paulo Pires disse...

Olá Carla,

se descobrir uma forma de conseguir escrever sem descuidar as tarefas profissionais, sem deixar de apoiar os filhos nos estudos e ainda assim não descuidar a família. Diga-me por favor.

Paulo Pires

Carla M. Soares disse...

Até aqui, fui conseguindo esse malabarismo, dormindo menos, roubando uma horas para mim ao Sábado e Domingo de manhã e concentrando-me em qualquer parte.

Meter pelo meio uma tese de doutoramento... isso é que já não sei.

Olinda Gil disse...

Nunca desistas do doutoramento. Pondera adiar, visto que este ano está complicado. Agora adiar, nunca!