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domingo, 16 de setembro de 2012

A Casa dos Sonhos (The Cornish House) - Liz Fenwick

Sinopse:
Quando a artista Maddie herda uma casa na Cornualha, logo após a morte do marido, ela espera que isso seja o novo começo de que ela e enteada Hannah precisam desesperadamente. Trevenen é linda, mas negligenciada, uma casa rica em história. Maddie está encantada com ela e determinada a saber o máximo sobre o seu passado. Quando descobre as histórias das gerações de mulheres que viveram lá antes, Maddie começa a sentir que a sua vida está de alguma forma ligada àquelas paredes. Mas o sonho de Maddie de uma vida tranquila no campo está muito longe da realidade que enfrenta. Ainda a lutar com a sua dor e com Hannah, Maddie é incapaz de encontrar inspiração para a sua pintura e percebe que pode enfrentar a perspectiva de ter de vender Trevenen, agora que começou a amá-la. E enquanto Maddie e Hannah desvendam o passado de Trevenen, a casa revela segredos que ficaram ocultos durante gerações.
 
Opinião / Opinion:
Vou estrear-me nas opiniões redigidas em inglês, por consideração pela autora, que foi muito gentil e não saberá decerto ler português. Quem não ler inglês, tem em seguida a tradução.
 
When I started reading this book I though it might be similar to Jojo Moye's Night Music, which also involves a widow with children and an old house.
 
It is very different, though, both in tone and development, and not centered around the house and its problems at all. It offers a charming background (I'd love to see it!) but the story is mostly about parenthood and the relationships - or lack of them - between parents and children. It is also about loss, love sacrifices, recovering from pain and new begginings.
 
I read it very quickly once I got enough time for it, because it makes for a very interesting and, at points, compulsive reading. The writing and pace are great and there is a bit of mystery in this house, which I really would have loved to have seen a bit more developed in the plot. I'd also like to know more about the past of this lovely house in Cornwall.  The villagers are interesting, though maybe a bit too sunny. Is everyone really that nice and welcoming in the country?
 
Since I'm a mom myself (and a stepmom, though my stepson is all grown up and a really nice guy), it was easy to feel Maddie's pains and doubts. It was sometimes hard to read the interactions between stepmother and stepdaugther. And most of the time I actually wanted to slap the girl, or maybe just hug her and tell her to accept things as they are and let her stepmom live a little - yeah, like a teen would do that, right?
 
I must add that I though Maddie's 'sacrifice' for her dying husband and his impossible daughter to be a bit too much. Were I in her shoes, I would have the impulse to throw it in the girl's face every time she called me a cow... I'm not as impossibly generous as our character!
 
I liked the book very much. And, by the way, loooovvve the English cover!
 
Em português:
 
Quando comecei a ler este livro, pareceu-me que talvez fosse semelhante ao de Jojo Moyes, Um Violino na Noite, que também envolve uma viúva, filhos e uma casa antiga.
 
É muito diferente, porém, tanto no tom como no desenvolvimento, e não se centra de todo na casa e nos seus problemas. Esta oferece um fundo encantador (adorava vê-la!) mas a história é essencialmente sobre pais e filhos e as relações entre eles - ou a falta delas. É também sobre perda, sacrifícios por amor, recuperar da dor e começar de novo.
 
Assim que tive tempo para isso, li-o num instante, porque a leitura é interessante e, em certos momentos, compulsiva. A escrita e ritmo são óptimos e há um pouco de mistério na casa, que gostaria de ter visto mais desenvolvido, tal como gostaria de saber mais sobre o passado desta casa deliciosa na Cornualha. Os habitantes da aldeia (vila?) são interessantes, embora por vezes demasiado bem dispostos. É toda a gente assim tão simpática e receptiva no campo?
 
Sendo mãe (e madrasta, embora o meu enteado já seja adulto e um óptimo rapaz), foi fácil sentir empatia pelas dúvidas e sofrimento da Maddie. Por vezes, tornou-se difícil ler as interacções entre madrasta e enteada. E a maior parte do tempo apetecia-me dar uma estalada à miúda, ou abraçá-la e dizer-lhe que aceitasse as coisas como são e deixasse a madrasta viver - porque isso é exactamente o que qualquer adolescente faria, certo?  
 
Devo acrescentar que achei o "sacrifício" de Maddie pelo marido moribundo e pela enteada insuportável um bocadinho excessivo. Eu teria o impulso de atirá-lo à cara da miúda cada vez que ela me chamasse vaca... pronto, não sou tão generosa como a personagem!
 
Gostei muito deste livro. Não estava à espera. E adorei a capa inglesa, que está lá em cima para espreitarem!
 
Vou agora preparar algumas questões para a autora, para a entrevista que me prometeu! Sugestões?

2 comentários:

cris disse...

Carla, acabei agora de ler este livro.Confesso que acho a capa inglesa bem mais sóbria e bonita que a portuguesa. Leitura compulsiva mais para meio do livro levou-me a devorá-lo e até a deitar uma lagrimazita lá para o final. Gostei mto!

Carla M. Soares disse...

Sou exactamente da mesma opinião, em todos os aspectos. Até gostaria de o ter lido em inglês. E a autora é uma simpatia.