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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

The Goose Girl - Shannon Hale

Sinopse:
She can whisper to horses and communicate with birds, but the crown princess Ani has a difficult time finding her place in the royal family and measuring up to her imperial mother. When she is shipped off to a neighboring kingdom as a bride, her scheming entourage mounts a bloody mutiny to replace her with a jealous lady-in-waiting, Selia, and to allow an inner circle of guards more power in the new land. Barely escaping with her life, Ani disguises herself as a goose girl and wanders on the royal estate. Does she have the pluck to reclaim her rightful place? Get ready for a fine adventure tale full of danger, suspense, surprising twists, and a satisfying conclusion. The engaging plot can certainly carry the tale, but Hale's likable, introspective heroine makes this also a book about courage and justice in the face of overwhelming odds. The richly rendered, medieval folkloric setting adds to the charm.

Opinião:
Já aqui tenho referido que adoro recontos. Gosto de ver o que os autores são capazes de fazer com os contos de fadas, e gosto daquela sensação de conto de fadas numa história, mesmo que seja inteiramente nova. Há muitos e muitos contos tradicionais, e muitas versões de cada um, e nem sempre o conto original me é inteiramente familiar - ou partes da história resultante não são, e eu desconheço se é outra versão do conto que conheço, ou uma mistura entre contos.

Neste caso, reconheço uma história que eu conhecia da infância, A Princesa Guardadora de Patos, numa versão muuiittoo diferente. Na verdade, a única coisa que as histórias têm em comum é que em ambas há uma princesa que acaba a guardar aves. E depois volta a ser princesa. E pelo caminho o príncipe... u-u, não senhora. Spoiler.
Shannon desenvolve esta versão com muita humanidade. As personagens, começando pela princesa Ani e pela sua ligação à família, e depois todas as personagens que a acompanham e o reino onde ela se torna guardadora, são credíveis e com profundidade suficiente para nos ligarmos a elas. Ani tem, como todos nós, virtudes e fragilidades, medo e coragem, o desejo de agradar e o receio de não conseguir, e passa por um processo credível de crescimento. Edepois tem o que nenhum de nós tem: magia. Não é a magia que a torna especial, porém, mas a sua forma de encarar as vicissitudes.

Há traições e lealdades, desgosto e alegria, ódio e amor, pessoas, animais e realidade em doses ideiais. Os reinos são imaginários, claro, mas a impressão de Idade Média, que é característica dos contos,  parece-me bastante realista. Por vezes, pareceu-me sentir os cheiros e as texturas, imaginar as ruas, as pessoas, os mercados.

Gostei da ideia do people, animal e nature speaking, e gostaria de as ter visto ainda mais desenvolvidas. E pareceu-me que a personagem da tia, que traz a Ani o seu lado mágico através das suas narrativas, depois ter sido tão importante no início, acaba por ficar muito esquecida, até pela própria Ani. E que a ideia da palavra com que nascemos, que é maavilhosa, também se perde um pouco na acção. 

O ritmo da narrativa é bom, com muita acção mas também momentos de intimidade e de tranquilidade. Aqui e ali, tanta vigilância/aprendizagem de gansos cansou-me um pouco. Mas a actividade dá, afinal, nome ao livro, por isso...  A leitura foi um pouco prejudicada pelo facto de a ter feito devagar, o que, já o tenho dito, dificulta sempre um pouco a minha ligação ao texto. A escrita da autora é simples mas poética, e dispensa, felizmente, o tom condescendente e que alguns contos de fadas adquiriram nos últimos tempos, e é dura quando é preciso. Não hesita, por exemplo, em 'eliminar' personagens importantes, e nem sempre de forma particularmente doce. Algumas das histórias dentro da história, narradas por Ani ou outras personagens são maravilhosas.

No geral, gostei muito. Achei equilibrada e, aqui e ali, segurei uma lágrima, fosse de pena ou de comoção. Gostei especialmente da história de 'porque é que as mulheres acompanham os maridos na guerra.' Foi comovente.

E agora, porque quero ler em português e não me apetece fantasia nem textos com História pelo meio, acho que faço uma pausa e experimento A Villa, para deixar de ser 'a única mulher em Portugal que nunca leu Nora Roberts'. LOL


4 comentários:

jen7waters disse...

You liked it!! \o/

Carla M. Soares disse...

gostei xim, xenhora, jen7waters!
Faxabor de descarregar A Grande Mão quando estiver disponivel, bamos a ber xe gosta dos meus meninos. XD

jen7waters disse...

Yeah! :D

O quê, o quê? é para descarregar? aonde?

Carla M. Soares disse...

Eheheh, dá-me mais uns dias e já coloco o ebook. Estou a revê-lo. Mas se quiseres espreitar um sinopse mal arranjada, está no goodreads. Ponho-o lá também, mas só durante uma ou duas semanas. ;D