Páginas

domingo, 22 de julho de 2012

As Mulheres da Casa do Tigre - Marion Zimmer Bradley (e outros)

Sinopse:
Merina é uma próspera cidade onde reinam as mulheres da Casa do Tigre. De linhagem antiga, mantêm o equilíbrio na cidade, conciliando os interesses económicos e mantendo vivo o culto da Deusa, cuja relíquia, o Coração, se encontra no Grande Templo.
Mas uma forte ameaça paira sobre a cidade. O imperador Balthasar aproxima-se com o seu poderoso exército e Merina não tem qualquer possibilidade de lhe fazer frente. Com ele vem também o mago Apolon, um servidor das Trevas que busca apoderar-se da relíquia e de todo o seu poder.
É nestas circunstâncias que as mulheres da Casa do Tigre planeiam a defesa da cidade. Apenas a sua coragem se interpõe no caminho do imperador e do seu triunfo: a rainha-mãe, Adele, fará uso dos poderes espirituais e mágicos de que dispõe; Lydana, a rainha reinante, organizará a resistência armada; e a princesa herdeira, Shelyra, será os «olhos e os ouvidos» da resistência fazendo valer uma antiga aliança com os ciganos.
Em As Mulheres da Casa do Tigre, Marion Zimmer Bradley abre aos leitores as portas de um reino de maravilhas e horrores, de conquista brutal, magia e transformações milagrosas.
Opinião:
Li este livro há muitos anos, antes de conhecer As Brumas de Avalon, e permanece (desde sempre) na minha lista de livros a reler. Em breve. Nunca chego lá porque deixo a minha pilha de novos livros crescer sem ter voltado aos outros. Enfim, lá chegarei.

O universo desta história não é o d'As Brumas (lendas celtas e asturianas), mas guarda as características mais relevantes de Bradley: o poder feminino, não só ligado à feminilidade e à maternidade, como é tradicional, mas sobretudo ligado à religião, à política e à guerra. As mulheres desta história constroem, tanto quanto me lembro, uma lnha de herança matriarcal com marcas fortes e interessantes, ocupando as posições centrais na história e, como a sinopse indica, na governação da sua cidade. Mas são também humanas, mulheres com fragilidades que nos tocam. Gostei em particular de acompanhar os movimentos de Shelyra, que me inspirou alguns momentos de uma das personagens no primeiro romance que escrevi, A Senhora do Rio. Talvez um dia o traga à luz do dia.

Outro aspecto interessante na história é o desenho desta religião de carácter feminino. e com - como não podia deixar de ser - muita magia. Bradley não se trai. Tenho na memória um episódio em particular, de grande desespero, no interior do templo principal, com Adele como lider, tentando levar a cabo os rituais essenciais no momento da invasão.  

A acção é rápida e interessante, obscura, o caminho para esta guerra feito tanto em campo aberto ou... bom, na abertura das ruas da cidade, como por vias subterrâneas, secretas. Curiosa, a presença de uma comunidade cigana anciã muito sedutora. E de uma espécie de piratas cuja presença ainda poderá salvar a situação. As personagens masculinas estão à altura, há sensualidade e alguns vestigios de uma história de amor.

Achei que, apesar de leitura antiga, merecia uma notinha, quanto mais não fosse porque vai de férias por uns tempos: vou emprestá-lo a uma amiga. Depois de lhe limpar devidamente os quilos de pó, tenho a certeza de que vai apreciá-lo nestas tardes de praia. Eu tenho outros, e uma revisão a avançar a trote. Oxalá galopasse.

2 comentários:

Cristina Torrão disse...

Ando há que tempos para ler as Brumas de Avalon(tenho a trilogia em casa) e nunca consegui. Vamos ver...

teresa dias disse...

Olá Carlinha,
Já li e gostei.
Dou o livro a quem o quiser.
Bjs.