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domingo, 13 de maio de 2012

Lover Reborn - J R Ward

Sinopse:
Ever since the death of his shellan, Tohrment is a heartbroken shadow of the vampire leader he once was. Brought back to the Brotherhood by a self-serving fallen angel, he fights again with ruthless vengeance- and is unprepared for a new tragedy. Seeing his beloved in dreams—trapped in a cold, desolate netherworld—he turns to the angel to save his former mate, only to despair at the path he himself must take to set her free. As war with the lessers rages, and a new clan of vampires vies for the Blind King’s throne, Tohr struggles between an unforgettable past, and a future that he doesn’t know he can live: with… but can’t seem to turn away from. 

Opinião
Depois de ter demorado séculos com o arranque - culpa do trabalho e do cansaço, e não do livro - ontem agarrei-me a ele e acabei-o. Concluí que, para apreciar devidamente uma história, preciso de lê-la com poucos intervalos, caso contrário disperso-me e não chego a 'entrar' nela. Já tenho pousado livros de que decerto gostaria (Sophia's Secret está-me atravessado) por causa disso.

Sempre disse que sou uma leitora de personagens e das suas histórias, o que se calhar explica o muito que gosto desta série. Diga-se o que se disser sobre este tipo de literatura, as personagens da Ward são coerentes, sólidas, incómodas e interessantes. São também impossíveis, vampiros e tal, mas quase nos esquecemos disso ao ler, a não ser pela amplificação de algumas características que os humanos se esforçam - nalguns casos, ainda bem - por sublimar. E pelo excesso de sexo. Isso sim, a autora podia ter moderado, mas criou estes irmãos assim, presos pela braguilha, e agora nada a fazer. 

Este livro em particular é carregado de testosterona, com os irmãos todos de volta. Devolveu-me a BlackDagger Brotherhood de que eu gosto, a de Wrath, Z, Butch, V, Rhage e das respectivas shellans, e de John Mathew, Quinn e Blay... Na Brotherhood, Wrath volta a assumir predominaância e continuamos a ter várias linhas de intriga, umas que retomam histórias anteriores e as resolvem ou não - John Mathews e Xhex, Quinn e Blay. Chamam-se os bois pelos nomes e promete-se, parece-me, um livro sobre estes dois para muito breve, o primeiro que lerei sobre amor homossexual. Temos uma dose agradável dos outros irmãos, e também do anjo Lassiter que, pela sua evolução, é capaz de dar outro livro. Até a pequena Nalla, embora não apareça, é referida. As melhores cenas neste livro, aliás, as mais intensas e as mais comoventes ocorrem, para mim, entre irmãos. Mas mais não digo, não faço spoilers.

Boa parte deste livro destina-se ao desenvlvimento de uma nova linha de confronto, entre a Brotherhood e um novo grupo de vampiros vindos do velho mundo, os Band of Bastards. Sim, é um nome idiota, faz lembrar Robin Hood. A JR Ward devia estar com pouca inspiração e agora é tarde. Há novos elementos desse Band, que surgiram apenas no livro anterior ou no outro antes desses, como Throe or Xcor, opositores de Wrath, mas de natureza dúbia. Dada a inclinação na intriga (com Layla metida ao barulho), ainda hão de estar no centro de outros livros. Admito que passei uma ou duas, ou vá, três ou mais umas, das 572 páginas, nas partes em que este Band discutia e planeava. Ainda não estou pronta para dar-lhes tempo de antena.
 
Esta é, no meio disto tudo, a história de Thor e Autumn (ou N'One). Não é, como outras, uma paixão assolapada e à primeira vista, como não poderia ser para um irmão tão atormentado - o livro todo! - pela morte da sua shellan. Autumn é também uma criatura assombrada pelo passado, doce, servil. Sê-lo-ia demasiado, se Ward não tivesse encontrado forma de o justificar. A história entre os dois é tensa, complicada, terna, mas aparentemente falsa, até... não. spoiler. Digo apenas que, depois de tanta página, fiquei com a impressão de que o desfecho entre eles precisava de mais algumas, a reviravolta é um pouco súbita para quem levou tanta tanta tanta página - um ano inteiro, aliás, que este livro divide-se nas quatro estações - preso ao mesmo sofrimento e à mesma decisão inabalável.

A escrita continua a ser a mesma, intensa, um pouco brutal por vezes, sensual. Houve até um momento em que achei que iamos entrar numa espiral de sexo desenfreado pela casa fora, com as shellans a ter a sua needing umas atrás das outras, mas a autora travou a tempo. Moderou os OMG e os OCD e os ASAP (só para citar as que conheço) e a referência a marcas, que já me deixaram doida anteriormente. Talvez tenha percebido que tem leitores noutros países. Mesmo assim, aqui e ali há referência que não entendo, comparações com personagens que devem ser famosas nos USA.

Levou-me tempo, este 'tijolo', e gostava de ter visto um fim menos brusco e mais emotivo entre as personagens principais desta história, mas li aqui o suficiente para voltar à série. 

E, agora que terminei, devo ver o fim ao As Esquinas do Tempo num instante, porque se lê num sopro, quase sem se dar conta, e avanço. Flowers from the Storm? O Sorriso das Mulheres? A Virgem das Amêndoas? Vamos ver qual deles se ri para mim quando me aproximar. 

1 comentário:

Olinda Gil disse...

Já está! Muito obrigada! http://acasadoalfaiate.blogspot.pt/2012/05/assuntos-de-escrita-carla-m-soares.html