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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

História antiga

Tem 22 anos este Soneto do Amor Gigante. Ainda foi escrito  numa velha máquina de escrever barulhenta, que me acompanhou durante quase toda a faculdade (este poema é anterior). É história antiga, acompanhada por um pormenor maravilhoso de O Rapto de Proserpina, de Bernini.


Foge-me a estrada correndo sob os pés
enquanto avanço aladamente para ti,
e te vejo assim tão belo sobre mim,
assim belo e gigante como és.
Num salto cubro o lanço de escadas
que separa da tua alma o meu corpo,
e lanço as minhas ondas no teu porto
que se vai abrindo a mim em enseadas.
E vejo-te tão belo e tão gigante,
esperando o meu corpo à deriva.
Vejo-te ansioso e expectante
e chego-me ao teu peito, recolhendo
as asas que lancei no voo errante.
Então amo-te assim belo e assim gigante.


E juro que não estava apaixonada, quando o escrevi, a não ser pela ideia do Amor. Como disse, história antiga.



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